A tecnologia de cada um
30/03/2014 13:39
Muito se fala sobre os efeitos práticos da tecnologia pessoal na vida moderna. E, de fato, indícios dessa transformação estão espalhados no dia a dia, seja quando fazemos uma videoconferência com um colega de trabalho do outro lado do mundo ou simplesmente quando checamos um e-mail no táxi usando o smartphone ou o tablet.
A percepção sobre os reflexos da tecnologia foi alvo de estudo apresentado na última edição do Fórum Econômico Mundial, em Davos. A pesquisa surpreende ao trazer dados estatísticos sobre algo que, até então, era tido só como uma “sensação”: a de que o uso da tecnologia pessoal está mudando nossas vidas nos mais diversos aspectos.
O estudo considera tecnologia pessoal equipamentos como PCs, tablets, smartphones e consoles de videogame, além das atividades que podemos fazer em cada um, como acessar a web e usar aplicativos. No total, dez países, divididos entre nações “desenvolvidas” e “em desenvolvimento”, foram contemplados: Brasil, EUA, França, Alemanha, Japão, Índia, Rússia, México, Turquia e China.
Particularmente interessantes foram as informações sobre o impacto do uso de tecnologia pessoal em questões conjunturais, como geração de empregos e diminuição de diferenças econômicas. Os brasileiros são os mais confiantes. Um total de 80% dos internautas do país acredita que a tecnologia contribui para a criação de vagas e 72% acham que ajuda a reduzir disparidades econômicas. E mais: 74% dos brasileiros consideram que a tecnologia tem impactos positivos nas artes e cultura e na educação.
Apesar da visão majoritariamente positiva, alguns impactos da tecnologia ainda são fonte de preocupação. Em nações desenvolvidas e em desenvolvimento, 44% e 43% dos entrevistados, nessa ordem, acreditam que o uso de tecnologia pessoal expõe crianças a relacionamentos negativos e conteúdos inadequados. Criar mecanismos eficazes de controle é, portanto, o desafio tanto para líderes da indústria quanto de governos. Os benefícios, contudo, ainda se sobressaem. Isso fica claro, por exemplo, quando pais de todo mundo, especialmente de países em desenvolvimento, demonstram querer que o acesso à tecnologia seja cada vez mais amplo para as futuras gerações.
No levantamento chama a atenção o otimismo maior de países em desenvolvimento. Não são poucas as vias que tentam acessar para alcançar um nível maior de avanço econômico e social. Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados nessas nações acreditam que o uso de tecnologia pessoal amplia o conhecimento de crianças a respeito do mundo e de outras populações, passo que — ao lado da educação de qualidade — é fundamental para o crescimento de qualquer país.
O caráter de entretenimento da internet e dos dispositivos é indiscutível, mas a pesquisa mostra que tecnologia é, sim, também sinônimo de progresso social, econômico e educacional. É fundamental garantir que esse caráter se acentue ainda mais e a tecnologia se mantenha como alavanca para o crescimento tanto de países em fase de expansão quanto para aqueles que já atingiram níveis maiores de desenvolvimento. Afinal, a missão maior também é uma só: ajudar a fazer do mundo um lugar melhor para todos nós.
Fonte: Deocélia/G1 GLOBO.COM
